O ARQUIPÉLAGO DOS AÇORES

Onde a Mãe Natureza parece Intocável

As ilhas dos Açores são consideradas um paraíso por quem as visita e habita, tendo cada uma a sua beleza e especificidades. As ilhas dos Açores não surgiram todas ao mesmo tempo, estas cresceram e desenvolveram-se por diferentes fases eruptivas. Há cerca de 35 milhões de anos iniciou-se a formação do arquipélago dos Açores, devido às falhas das placas tectónicas e à sucessão de diferentes episódios vulcânicos.

 

A nove ilhas do Arquipélago dos Açores são todas de origem vulcânica, o seu interior é extremamente acidentado e estão situadas no Atlântico Norte. Este arquipélago é composto por três grupos, nomeadamente o Grupo Oriental, composto pelas ilhas de Santa Maria e de São Miguel; o Grupo Central, composto pelas ilhas Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial; e ao Grupo Ocidental pertencem as ilhas Flores e Corvo. O vulcanismo mantém-se ativo em diversas ilhas, sendo utilizado como fonte de energia geotérmica. 

 

Os Açores são o destino perfeito para si, na medida em que pode aproveitar das diversas belezas que cada ilha dispõe, as suas diferentes tradições e biodiversidade. Devido ao nosso clima tropical, em que de manhã pode ser um dia de sol de verão e de tarde um dia frio de inverno, pode esperar das suas férias uma grande aventura cheia de diversão!

A ILHA TERCEIRA

O Lugar mais Acolheder e Festivo do Arquipélago

Conhecer a ilha Terceira, é experienciar uma visita numa das ilhas mais bonitas dos Açores, como também uma das mais preparadas em infraestruturas para receber os visitantes. Angra do Heroísmo, reconhecida como Património Mundial da UNESCO, mantém as fachadas e o ambiente da cidade desde a sua construção, o que a torna uma cidade única a nível cultural. Esta ilha conta igualmente com uma vista vulcânica deslumbrante e locais de interesse geológico, tendo-se revelado um dos principais destinos turísticos dos Açores.

 

A ilha é a terceira maior dos Açores, com 403,4 km2 de superfície, 29 quilómetros de comprimento e 17,5 quilómetros de largura. Possuí duas cidades, a cidade de Angra do Heroísmo e a da Praia da Vitória, e está repartida em 30 freguesias, com uma população residente que ronda os 56 000 habitantes, sendo a segunda ilha mais populosa da Região. 

 

Venha explorar a natureza única que envolve a ilha lilás e todas as suas festividades e história, que fazem da ilha Terceira o lugar mais acolhedor e festivo do arquipélago.

A Formação da Ilha

A história eruptiva da Terceira é bastante complexa e ostenta uma grande diversidade de estilos eruptivos, sendo que a ilha se diferencia das restantes pela variedade dos seus produtos vulcânicos, onde se destaca a abundância de lavas de natureza traquítica. O surgimento da ilha deve-se à formação do vulcão de Cinco Picos. A forma atual da ilha resulta das erupções dos vulcões de Guilherme Moniz, Santa Bárbara e Pico Alto. 

 

A ilha Terceira detém diversos eventos eruptivos presenciados pelos seus habitantes, sendo a mais recente a erupção na Crista Submarina em 2001. 

GreenGeneration

A História da Ilha

A ilha Terceira foi a terceira ilha do arquipélago a ser descoberta pelos navegadores portugueses, possivelmente em 1432, e foi intitulada inicialmente por Ilha de Jesus Cristo.

 

A ilha foi um ponto decisivo na era dos descobrimentos, devido ao seu ponto estratégico e ao porto natural que a baía de Angra constituía, que tornava crucial a paragem das naus que realizavam as rotas de África e da Índia para reabastecimento de alimentos e bens essenciais e para descanso dos navegadores na viagem de regresso, tornando a ilha Terceira um ponto obrigatório de passagem das frotas portuguesas.

 

Em 1580, perante a subida ao trono de Portugal do rei espanhol Filipe II, os terceirenses apoiam as pretensões de D. António, Prior do Crato, candidato português, resultando na famosa Batalha da Salga, em 1581, com a derrota de Espanha. Dois anos depois, os hispânicos em maior número conseguiram o domínio insular após violentos combates. Na Restauração de 1640, Portugal recuperou a independência e a Terceira solidificou a sua posição central no arquipélago.

O espírito de bravura dos locais voltou a ser testado durante as Guerras Liberais contra o domínio absolutista. Em 1829, uma feroz batalha naval terminou com a derrota das tropas absolutistas de D. Miguel que tentavam desembarcar no areal da Praia. Perante o feito, a vila da Praia ficou conhecida como Praia da Vitória. Durante este conturbado período histórico, a Terceira funcionou como base para D. Pedro IV organizou a derrubada da monarquia absolutista e consolidou a monarquia constitucional. Assim, Angra foi nomeada capital do reino de Portugal e após as Guerras Liberais, D. Maria II acrescentou o título “do Heroísmo” à cidade de Angra devido à sua bravura e auxílio nesta fase da História de Portugal. 

 

Durante a Segunda Guerra Mundial, permitiu-se aos britânicos instalarem uma base militar próxima da Praia da Vitória, que posteriormente passa para a Força Aérea Norte-Americana. Desta forma, a Base das Lajes traz novas influências aos habitantes locais.

Fotos-no-Sobre-GuerraCivil

Festividades

Entre os açorianos, a Terceira é conhecida como a ilha festiva! Nós, terceirenses, estamos habituados a receber pessoas oriundas de todos os locais do mundo e dar-lhes a conhecer a nossa forma de viver o quotidiano, inserido numa cultura festiva, sempre com alegria e boa disposição, como por exemplo, as Danças de Carnaval em fevereiro,  que apresentam manifestações singulares de teatro popular e desfiles; as festas religiosas do Divino Espírito Santo no mês de abril, centradas nos pitorescos Impérios;  as festas da cidade de Angra do Heroísmo (Sanjoaninas ) em junho e a festas da Cidade da Praia da Vitória em agosto, que ocupam as ruas das cidades com Cortejos, concertos musicais, touradas e marchas populares.

 

 A tradição taurina é ancestral na Terceira, ilha que mantém várias ganadarias ativas. A atividade divide-se em touradas de praça (ou no areal, como acontece durante as Festas da Praia) e as típicas touradas à corda, na qual as suas preparações se iniciam dias antes da tourada, nomeadamente com a proteção das casas, habitualmente com palanques de madeiras e também começam a preparar os petiscos que vão colocar na sua mesa, para as pessoas matarem o bicho, no famoso “quinto touro”. 

Gastronomia

A gastronomia da Terceira é afamada pela alcatra, geralmente de carne de vaca, mas também de peixe. O prato é típico por ser cozinhado lentamente num tacho de barro, para apurar e espessar o molho composto por toucinho, cebola, alho, louro, pimenta e vinho, entre outros ingredientes. Acompanha geralmente com pão ou massa sovada. 

 

O marisco, como o peixe veja e o boca negra são muito cobiçados pelos  visitantes, sendo estes peixes frescos e da melhor qualidade.

 

Dispomos igualmente da linguiça e da morcela, que são um pedido obrigatório, sob o risco de não querer mais nada, acompanhado do pão de milho.

Na doçaria, ganha realce os bolos Dona Amélia, onde o mel de cana e a canela são os ingredientes chave. Os coscorões, as cornucópias (com recheio de doce de ovos) ou o arroz doce complementam a lista de sobremesas.  

 

A freguesia dos Biscoitos é marcada pela vinha, organizada em “curraletas”. Das uvas da casta verdelho, nasce um tipo característico de vinho, defendido e propagado desde 1993 pela Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos. Na Casa Agrícola Brum opera um Museu do Vinho, onde o visitante tem o privilégio de provar o vinho licoroso Chico Maria.

Fotos-no-Sobre

Natureza

Criado em 2011, o parque natural da ilha Terceira é composto por áreas com particularidades bastante diversificadas, com valores culturais e naturais únicos e elevada geo e biodiversidade. A ilha Terceira dispõe do maior conjunto de áreas de vegetação natural com praticamente nenhuma intervenção do homem e contém diversas áreas na Rede Natura 2000, dois Sítios Ramsar (Planalto Central da Terceira- Furnas do Enxofre e Algar do Carvão, e Paul da Praia da Vitória), e sete geossítios do Geoparque Açores- Geoparque Mundial da Unesco.

 

Na criação do Parque Natural da ilha Terceira, foram determinadas 20 áreas, nomeadamente, três reservas naturais, dois monumentos naturais, sete áreas protegidas para a gestão de habitats ou espécies, sete áreas protegidas de gestão de recursos e uma área de paisagem protegida. 

 

O Parque Natural tem ao dispor para os seus visitantes o Centro de Interpretação de Santa Bárbara, um circuito interpretativo e sete trilhos pedestres que transitam por algumas das áreas protegidas.

pt_PT